Manuais Digitais – APMEP
Os livros didáticos são uma ferramenta profissional essencial para os professores. Têm várias opções pedagógicas e didáticas, que podem ser discutidas, mas atualmente a sua seleção está nas mãos dos próprios professores, que assim exercem a sua liberdade pedagógica, liberdade que prezam. Mas os livros didáticos também estão no centro de um mercado cujos atores são as autoridades locais. Em algumas regiões ou departamentos, está sendo feita uma reflexão para transformar o acesso: as plataformas digitais, como já na Île de France, podem mudar tudo isso.
Os livros escolares são desenvolvidos por empresas privadas para levar a cabo programas nacionais: pode-se ver uma ambivalência aí. Mas a existência de plataformas digitais de acesso aos livros didáticos levanta questões: será garantida a multiplicidade da oferta de recursos, a liberdade de escolha dos professores? Todas as academias tomarão as mesmas decisões? Para que serão usados os dados coletados por meio do uso dessas plataformas? Sem mais transparência, a iniciativa parece potencialmente preocupante.
Outro ponto de vigilância: tudo digital. É relevante fortalecer ainda mais o uso do digital, quando nossos alunos já possuem um uso bastante desenvolvido? A tecnologia digital tem vantagens que os professores sabem aproveitar. Mas nem todas as situações necessariamente se adequam vantajosamente. E, além dos aspectos pedagógicos e cognitivos, surgem questões financeiras (o digital é caro devido à rápida obsolescência) e ecológicas.
Mais uma vez, nossas autoridades mostram que experimentam sem consultar e sem comunicar os pensamentos que os levam a escolher.