Cidadania

O desmatamento da Amazônia brasileira acelera sob Jair Bolsonaro – Quartz


Os dados mais recentes dos satélites brasileiros mostram que o desmatamento da Amazônia brasileira está se acelerando, levando os especialistas a temer que possa estar chegando a um ponto de virada para além do qual a floresta tropical não pode recuperar

A perda chega a mais de três campos de futebol por minuto, e o desmatamento até agora em julho chegou a 1.345 quilômetros quadrados (519 milhas quadradas). Esse número é um terço maior do que o recorde do mês anterior, desde que o satélite Deter B começou a monitorar o desmatamento em 2015, relata The Guardian.

Os cientistas temem que, além de certo ponto de desmatamento, a floresta tropical possa estar em perigo de se degradar em uma savana. As florestas tropicais são locais críticos de armazenamento de dióxido de carbono, que mantêm os gases de efeito estufa em seu estado sólido de carbono, contidos em solos e árvores. A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, portanto, sua proteção é essencial para impedir que as mudanças climáticas saiam do controle.

Reuters / Bruno Kelly

Registro ameaça a Amazônia.

A Amazônia também é um ponto de acesso à biodiversidade, e inclui o local com maior biodiversidade da Terra, o que torna sua preservação também uma questão de coibir a extinção de plantas e animais. Centenas de milhares de indígenas em mais de 400 tribos também vivem na Amazônia e dependem da floresta tropical para sustentar suas vidas e preservar suas culturas.

Em muitos casos, as tribos já estão lutando para defender suas terras da invasão (pdf) por madeireiros e garimpeiros ilegais. Sem um forte apoio do governo para ajudar na defesa contra a invasão, e considerando os recentes cortes nos fundos e demissões na agência brasileira de assuntos indígenas, o sistema de reservas é extremamente vulnerável.

As reservas indígenas são frequentemente o único baluarte contra o desmatamento na Amazônia brasileira. A pesquisa mostrou que as práticas de manejo indígenas são a melhor abordagem para manter a saúde das florestas tropicais em todo o mundo. E no vídeo abaixo, as imagens de satélite confirmam a investigação: de 1984 a 2018, o desmatamento estendeu-se até e contra os contornos exatos do Parque Indígena do Xingu no Brasil:

Onde outros vêem ecossistemas cruciais, Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, vê um potencial de ganho econômico ao abrir essas reservas à agricultura e à mineração. "Onde há terra indígena", disse ele, "há riqueza sob ela".

Bolsonaro tentou contestar a validade dos números oficiais do desmatamento do governo federal, chamando-os de mentiras. Nesta semana, ele exigiu que os números fossem exibidos antes de serem publicados publicamente, de modo que ele não "se agarre com as calças", diz The Guardian.

Nos últimos 50 anos, um quinto da Amazônia já foi cortado e queimado para abrir caminho para a extração de madeira, pecuária ou mineração. A área desnudada cobre cerca de 300.000 milhas quadradas, que, como indica a Interceptação, é uma área maior que o Texas: o estado norte-americano. UU É a terra desmatada que mais se assemelha, agora coberta de fazendas de gado.

Encorajados pela retórica anti-indígena de Bolsonaro, a apropriação ilegal de terras dentro do território indígena é cada vez mais comum e mais evidente. "Sabemos o que acontece quando o Estado não faz nada", disse Marcelino da Silva, membro da tribo Apurinã na Amazônia brasileira, à Interceptação. "Nós sabemos o quão rápido a floresta pode desaparecer."



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