Cidadania

Novo relatório do IPCC é um alerta de US$ 4 trilhões para investidores – Quartz

A política climática está prestes a eliminar US$ 4 trilhões dos livros das empresas de energia até 2050, de acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas em 4 de abril. Isso não é apenas um problema para essas empresas: se elas entrarem em colapso repentinamente, isso enviará ondas de choque por toda a economia global e poderá desencadear a maior crise financeira em décadas.

A “bolha de carbono” começou como um alerta de um nicho de financiadores preocupados com o clima no início de 2010, mas desde então foi aceita como ortodoxia pela maioria dos principais reguladores e instituições financeiras.

A ideia é que grande parte do petróleo, gás e carvão que as empresas de energia mantêm em reserva nunca será desenterrado quando os preços das emissões se tornarem comuns e a economia mudar para alternativas mais limpas. Infraestrutura como oleodutos, usinas de energia e terminais de exportação também podem ficar “encalhados” antes de estarem em uso por tempo suficiente para pagar os investidores. Se assim for, as empresas que possuem esses ativos estão supervalorizadas e os investidores sofrerão um ajuste difícil.

O tamanho exato do ajuste depende de quão agressiva a política climática se torna. US$ 4 trilhões é a estimativa de ativos ociosos em um mundo 2 graus Celsius mais quente do que os níveis pré-industriais, o máximo previsto no Acordo de Paris; com o aquecimento limitado a 1,5°C, o risco de ativos encalhados seria “maior”, diz o relatório, sem dar uma estimativa específica.

IPCC: Combustíveis fósseis existentes e planejados colocam metas climáticas fora de alcance

Em outras palavras, US$ 4 trilhões é aproximadamente o risco financeiro implícito na conclusão geral do relatório do IPCC, de que a infraestrutura de combustíveis fósseis existente e planejada no mundo excede suas metas climáticas. Supondo que a política fique mais apertada e os custos de energia limpa continuem a cair, os investidores devem estar atentos ao risco de ativos ociosos em seus portfólios.

Essa foi a razão por trás da recente decisão da Securities and Exchange Commission de exigir que as empresas de capital aberto dos EUA divulguem seus riscos relacionados ao clima. Mas simplesmente divulgar os riscos não parece ser suficiente para as empresas lidarem com eles: o IPCC também descobriu que “atualmente não há evidências suficientes para concluir se as avaliações de riscos relacionados ao clima resultam em mais ações climáticas”.

É por isso que a última fronteira do greenwashing corporativo é o lobby. Muitos bancos e empresas de energia estão definindo metas de descarbonização com uma mão enquanto fazem lobby contra a política climática com a outra, buscando efetivamente esvaziar a bolha de carbono não investindo menos em combustíveis fósseis, mas garantindo sua longevidade. Essa é uma aposta com pelo menos US$ 4 trilhões em jogo.

Source link

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo