Cidadania

A Rússia dará calote em seus pagamentos de títulos? — Quartzo

A Rússia tentou pagar quase US$ 650 milhões em dívidas a credores estrangeiros em rublos esta semana depois que os bancos não conseguiram processar seus pagamentos em dólares, provocando uma preocupação renovada de que o país está caminhando para o calote.

O Ministério das Finanças da Rússia disse que “considera que cumpriu integralmente suas obrigações”, mas os títulos em questão não permitem pagamentos em rublos, de acordo com documentos de títulos analisados ​​pela Bloomberg. O custo do seguro da dívida do governo russo contra inadimplência, medido por swaps de inadimplência de crédito, subiu para níveis recordes hoje (6 de abril).

Embora a Rússia ainda tenha um período de carência de 30 dias para corrigir seus pagamentos de títulos, o país “quase certamente” entrará em default, diz Mitu Gulati, professor de direito especializado em dívida soberana da Universidade da Virgínia.

Tesouro dos EUA bloqueou pagamentos de títulos

As reservas cambiais russas nos EUA estão atualmente congeladas, mas o Departamento do Tesouro tem permitido que o governo russo acesse esses fundos para servir a dívida soberana dominada pelo dólar em alguns casos. Isso mudou na segunda-feira (4 de abril), quando o Tesouro disse que impediria a Rússia de usar dólares em bancos americanos para pagar dívidas.

Uma porta-voz do Tesouro disse ao New York Times que a decisão visava fazer a Rússia escolher entre esvaziar suas reservas domésticas em dólares ou fazer pagamentos usando novas receitas. O JPMorgan, que já havia processado pagamentos de cupons em títulos russos em moeda estrangeira, decidiu não fazê-lo esta semana depois que o Tesouro mudou sua política, informou o Financial Times.

A Rússia pode lutar contra um default?

Se a Rússia der calote em sua dívida externa, seria a primeira vez que o país o faria desde a Revolução Bolchevique em 1918.

O país poderia tentar combater uma violação judicial sob a doutrina da impossibilidade, que às vezes é usada como defesa no direito contratual por vendedores que argumentam que um evento imprevisto os impediu de atuar. Mas quando o imprevisto é a guerra, a parte que pede o alívio da dívida geralmente não é a causadora, diz Gulati, da UVA. Ele acrescenta que a Rússia provavelmente argumentará que as sanções, e não a guerra, impossibilitaram o pagamento de sua dívida externa, mas é difícil imaginar tal argumento se sustentando em um tribunal ocidental.

Enquanto um calote russo seria histórico, o comportamento do país “já está sendo penalizado no mercado”, diz Gulati. E até agora, ser cortado de grande parte do sistema financeiro global não impediu a Rússia de escalar a guerra na Ucrânia. Não está claro se uma violação ou novas sanções mudariam o cálculo do Kremlin.

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