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A imitação do Android da Huawei apaziguará os falcões de tecnologia da China? – quartzo


A Huawei costumava ser a maior fabricante de telefones do mundo, até que os Estados Unidos impuseram sanções prejudiciais em 2019. Entre outras coisas, proibiu a Huawei de usar a versão oficial do sistema operacional Android do Google em seus smartphones. Agora, a gigante da tecnologia chinesa espera retornar ao desenvolvimento de seu próprio sistema operacional: HarmonyOS.

A Huawei lançou o HarmonyOS para seus smartphones mais recentes hoje (2 de junho) e anunciou que iria atualizar os telefones mais antigos para o novo sistema operacional ao longo do ano. O objetivo declarado da empresa é reduzir sua dependência do Android e desenvolver um sistema operacional rival que possa competir com o Android e o iOS da Apple, que atualmente fornece os sistemas operacionais para praticamente todos os smartphones do mundo. Revisores independentes, no entanto, concluíram que o sistema operacional é apenas o código-fonte aberto do Android com um novo nome.

Os observadores de tecnologia estão otimistas de que o HarmonyOS pode alcançá-lo na China, onde há uma pressão política considerável para criar alternativas locais às ofertas de tecnologia dos EUA. E mesmo que o HarmonyOS seja apenas uma cópia do Android, pelo menos tem a marca de um gigante chinês da tecnologia fazer com que pareça uma verdadeira alternativa doméstica. Mas está menos claro se o HarmonyOS pode se tornar um verdadeiro competidor no exterior, especialmente porque as sanções dos EUA ainda impedem os dispositivos da Huawei de incorporar aplicativos populares de gigantes da tecnologia dos EUA, como Google e Facebook.

O que é HarmonyOS?

A Huawei lançou o HarmonyOS pela primeira vez em agosto de 2019, quatro meses depois que o Google revogou a licença da gigante chinesa da tecnologia para usar seu sistema operacional Android. Embora a empresa afirme que o HarmonyOS é “completamente diferente do Android e do iOS”, uma análise independente da Ars Technica encontrou vários indícios de que é apenas uma versão ligeiramente modificada do Android.

A maior diferença entre o Android e o HarmonyOS é que a versão Huawei não é oficialmente licenciada pelo Google, portanto, não pode incluir aplicativos do Google. Em vez disso, a Huawei desenvolveu seus próprios aplicativos alternativos, que incluem um substituto de busca do Google chamado Petal Search, Petal Maps em vez de Google Maps e um Huawei AppGallery em vez de Google Play Store. HarmonyOS também não é compatível com os principais aplicativos dos EUA, como Facebook, YouTube e Instagram.

O HarmonyOS terá sucesso na China?

Há uma boa chance do HarmonyOS alcançar a China, onde as autoridades estão ansiosas para substituir a tecnologia ocidental por alternativas locais. Pequim, por exemplo, instruiu todos os escritórios do governo a substituir computadores e softwares estrangeiros por tecnologia chinesa até 2022. À medida que a rivalidade entre os EUA e a China continua, o HarmonyOS poderia se tornar uma alternativa mais atraente para Android e iOS, ambos controlados por empresas americanas.

Além disso, é improvável que os consumidores chineses percam os aplicativos dos EUA que não estão disponíveis no HarmonyOS, porque o Facebook e similares estão proibidos na China de qualquer maneira. No entanto, HarmonyOS oferece suporte a alternativas chinesas como Weibo e WeChat.

A Huawei disse que planeja ter 300 milhões de dispositivos rodando HarmonyOS até o final de 2021, o que ofereceria evidências de que seu sistema operacional é viável no mercado doméstico chinês.

Os fabricantes de telefones fora da China adotarão o HarmonyOS?

A Huawei disse que tornará o software de código aberto HarmonyOS disponível para qualquer fabricante de telefone que queira usá-lo (assim como o sistema operacional Android de código aberto no qual é baseado). Mas HarmonyOS será mais difícil de vender fora da China, onde os consumidores são mais propensos a querer os aplicativos ocidentais tradicionais e a loja Google Play completa, e os governos são mais propensos a enfrentar a pressão diplomática dos EUA para se livrar da tecnologia da Huawei.



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